FOTOS DA SESSÃO DO DIA 21JAN12

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

NATAL DE TODO DIA


Livro: Antologia Mediúnica do Natal
Francisco Cândido Xavier

Desde a ascensão de Herodes, o Grande, que se fizera rei com o apoio dos romanos, não se falava na Palestina senão no Salvador que viria enfim...

Mais forte que Moisés, mais sábio que Salomão, mais suave que David, chegaria em suntuoso carro de triunfo para estender sobre a Terra as leis do Povo Escolhido.

Por isso, judeus prestigiosos, descendentes das doze tribos, preparavam-lhe oferendas em várias nações do mundo.

Velhas profecias eram lidas e comentadas, na Fenícia e na Síria, na Etiópia e no Egito.

Dos confins do Mar Morto às terras de Abilena, tumultuavam notícias da suspirada reforma...

E mãos hábeis preparavam com devotamento e carinho o advento do Redentor.

Castiçais de ouro e prata eram buriladas em Cesareia, tapetes primorosos eram tecidos em Damasco, vasos finos eram importados de Roma, perfumes raros eram trazidos de remotos rincões da Pérsia... Negociantes habituados à cobiça cediam verdadeiras fortunas ao Templo de Jerusalém, após ouvirem as predições dos sacerdotes, e filhos tostados do deserto vinham de longe trazer ao santuário da raça a contribuição espontânea com que desejavam formar nas homenagens ao Celeste Renovador.

Tudo era febre de expectação e ansiedade.

Palácios eram reconstruídos, pomares e vinhas surgiam cuidadosamente podados, touros e carneiros, cabras e pombos eram tratados com esmero para o regozijo esperado.

Entretanto, o Emissário Divino desce ao mundo na sombra espessa da noite.

Das torres e dos montes, hebreus inteligentes recolhem a grata notícia... Uma estrela estranha rutila no firmamento.

O Enviado, porém, elege pequena manjedoura para seu berço de luz.

Milícias angelicais rejubilam-se em pleno céu...

Mas nem príncipes, nem doutores, nem sábios e nem poderosos da Terra lhe assistem a consagração comovente e sublime.

São pastores humildes que se aproximam, estendendo-lhe os braços.

Camponeses amigos entregam-lhe gotas de leite alvo.

E porque as vozes do Céu se fazem ouvir, cristalinas e jubilosas, cantam eles também...

-"Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os Homens!..." Ali, na estrebaria singela, estão Ele e o povo...

E o povo com Ele inicia uma nova era.. *************************************************************************************

É por isso que o Natal é a festa da bondade vitoriosa.

Lembrando o Rei Divino que desceu da Glória à Manjedoura, reparte com teu irmão tua alegria e tua esperança, teu pão e tua veste.

Recorda que Ele, em sua divina magnificência, elegeu por primeiros amigos e benfeitores aqueles que do mundo nada possuíam para dar, além da pobreza ignorada e singela.

Não importa sejas, por enquanto, terno e generoso para com o próximo somente um dia...

Pouco a pouco, aprenderás que o espírito do Natal deve reinar conosco em todas as horas de nossa vida.

Então, serás o irmão abnegado e fiel de todos, porque, em cada manhã, ouvirás uma voz do Céu a sussurrar-te, sutil:

-Jesus nasceu! Jesus nasceu!...

E o Mestre do Amor terá realmente nascido em teu coração para viver contigo eternamente.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Pai Nosso (versão de Frei Betto)




Pai-nosso que estais no céu, e sois nossa Mãe na Terra, amorosa orgia trinitária, criador da aurora boreal e dos olhos enamorados que enternecem o coração, Senhor avesso ao moralismo desvirtuado e guia da trilha peregrina das formigas do meu jardim,

Santificado seja o vosso nome gravado nos girassóis de imensos olhos de ouro, no enlaço do abraço e no sorriso cúmplice, nas partículas elementares e na candura da avó ao servir sopa,Venha a nós o vosso Reino para saciar-nos a fome de beleza e semear partilha onde há acúmulo, alegria onde irrompeu a dor, gosto de festa onde campeia desolação,

Seja feita a vossa vontade nas sendas desgovernadas de nossos passos, nos rios profundos de nossas intuições, no vôo suave das garças e no beijo voraz dos amantes, na respiração ofegante dos aflitos e na fúria dos ventos subvertidos em furacões,
Assim na Terra como no céu, e também no âmago da matéria escura e na garganta abissal dos buracos negros, no grito inaudível da mulher aguilhoada e no próximo encarado como dessemelhante, nos arsenais da hipocrisia e nos cárceres que congelam vidas.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje, e também o vinho inebriante da mística alucinada, a coragem de dizer não ao próprio ego e o domínio vagabundo do tempo, o cuidado dos deserdados e o destemor dos profetas,

Perdoai as nossas ofensas e dívidas, a altivez da razão e a acidez da língua, a cobiça desmesurada e a máscara a encobrir-nos a identidade, a indiferença ofensiva e a reverencial bajulação, a cegueira perante o horizonte despido de futuro e a inércia que nos impede fazê-lo melhor,

Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e aos nossos devedores, aos que nos esgarçam o orgulho e imprimem inveja em nossa tristeza de não possuir o bem alheio, e a quem, alheio à nossa suposta importância, fecha-se à inconveniente intromissão,

E não nos deixeis cair em tentação frente ao porte suntuoso dos tigres de nossas cavernas interiores, às serpentes atentas às nossas indecisões, aos abutres predadores da ética,

Mas livrai-nos do mal, do desalento, da desesperança, do ego inflado e da vanglória insensata, da dessolidariedade e da flacidez do caráter, da noite desenluada de sonhos e da obesidade de convicções inconsúteis,

Amemos.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Esperança



Quando a dor chegar para você, serei a promessa de alívio e renovação.
Se o cenário se converter em noite escura, serei a estrela-guia para o rumo certo.
Quando a fadiga se apresentar, serei o abrigo seguro e específico.
Quando os conflitos se fizerem presentes, serei a indicação para a calma e a fraternidade.
Em todos os momentos, desejo ser sua companheira fiel.
Sou amiga de todos, embora quase sempreencontre guarida entre os crentes e idealistas.
Hoje, bato à sua porta. Não me recuse morada em seu coração.
Onde chego, renovo os pensamentos e vivifico a certeza no futuro melhor.
Sou irmã do otimismo e filha da confiança em Deus.
Agora, sou também sua irmã.
Dê-me sua mão. Venha comigo.
Meu nome é Esperança.

Scheilla /Franciscco Cândido Xavier

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


Tesouros da Terra

Há caminhos invisíveis no ar, os pássaros o seguem e chegam ao seu destino, mas os homens não os vêem.

Há trilhas nos rios, os peixes o seguem até a desova, mas os homens não a vêem.

Há brisas no ar, e as nuvens entendem, mas os homens não as sentem.

Em tudo existe a perfeição, mas o homem não vê, procura desculpas nos defeitos do próximo, sem conseguir olhar para a fonte de todo o seu infortúnio: dentro dele mesmo.

Existe um espelho da alma, que reflete o que realmente somos, e por mais brilhante que seja a roupa, por mais adornos que se carregue no pescoço, jóias exuberantes que enfeitam até o sorriso, nada esconde o nosso caráter, o que carregamos no nosso intimo, nossos pensamentos.

Por isso, busque a essência de cada coisa, a simplicidade do alimento, mastigando lentamente cada porção e assim, saboreie a alimentação.

A beleza das flores e seus perfumes que inebriam, as cores que nossos computadores ainda não conseguem imitar, admire, respire, entregue-se.

Demore-se no abraço de quem te ama, retribua com amor, o carinho do filho, a dedicação dos pais, a preocupação dos amigos, a esperança de quem acredita em você.

Perca tempo com o seu tempo, abrindo espaço para aumentar a sua cultura, lendo, meditando, e concentrando-se no que vai fazer.

Faça o seu melhor, sempre!

Tenha tempo para a oração diária, não para pedir, mas para fazer a ligação com o seu "eu" espiritual que reconhece Deus nas entrelinhas da vida.

Descubra o invisível dentro das possibilidades que existem em você.

No poder de transformar uma dor em um ato de amor, doando vida, doando parte de você, doando seu tempo para o bem maior.
O amor de Deus por você é invisível aos olhos dos homens, mas reflete-se no seu rosto todo o dia quando você diz sim para a vida.

Deus te ama profundamente, e isso é visível no milagre de cada novo dia.


TEXTO: Paulo Roberto Gaefke